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The Haunting of Hill House (Netflix, 2018)

 

Por Luis Felipe Cardoso. 18/10/2018.

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A

ntes de mais nada preciso avisar que o texto abaixo foi feito sob muito entusiasmo e, por isso, apenas por isso, pode conter alguns spoilers. Tentarei ao máximo não tirar do amigo leitor todas as surpresas que o aguardam assistindo essa série. Mas, caso isso não ocorra, já deixo aqui registrado o meu sincero pedido de desculpas.

(Ah, só mais uma coisa: pode ficar tranquilo, avisarei quando esse momento chegar.)

 

Todo mundo que é fã de série já passou por aquele momento chato em que você fica horas com o controle na mão tentando escolher algo legal para assistir. Posso dizer que sou mestre em fazer isso e foi exatamente assim que The Haunting of Hill House apareceu para mim. Não foi uma escolha muito fácil, afinal, quem conhece o histórico de séries de terror do Netflix sabe que esse não é nem de longe o forte da empresa de streaming.  Traumatizado com Hemlock Groove, Slasher e The Returned, entrei nesse barco um pouco receoso com o que eu iria encontrar. Bom, dez episódios depois, alguns sustos e muito impactado, posso ser um pouco ousado e afirmar que essa é a melhor série de terror original Netflix (talvez até uma das melhores do ano, aguardaremos cenas dos próximos capítulos).

 

Ao olhar a sinopse disponível no catálogo, a série parece só mais uma produção de terror semelhante com os filmes atuais. “Histórias de famílias que vivem em casas assombradas tem um monte por aí” foi exatamente o que eu pensei. Me enganei! The Haunting of Hill House é profunda, é densa, sombria e nada parecida com o habitual. 

 

Logo no começo somos apresentados aos personagens principais: a família Crain. Olivia e Hugh Crain, junto com os seus filhos Steven, Theodora, Shirley, Luke e Nell viveram eventos sobrenaturais na residência que deixaram traumas para a vida toda.

(SPOILER ALERT!)

 

Mais de vinte anos depois, a morte da filha mais nova do casal desencadeia acontecimentos que fazem os personagens reviverem os seus piores momentos na casa.

 

A trama se desenvolve em duas linhas temporais diferentes, os episódios intercalam o presente com os acontecimentos do passado, e, dessa forma, o telespectador pode entender como os personagens e as histórias progrediram até chegar àquele momento. Esse é um dos pontos fortes do roteiro, conseguir conectar as duas cronologias sem deixar confuso e cansativo.

 

Quem espera uma trama cheia de sustos pode se decepcionar um pouco. The Haunting of Hill House é uma série que contém enredo bem trabalhado – e esse foi o ponto que mais me chamou a atenção - e não são histórias fáceis de se compreender. Ela é densa justamente por isso. Aos desatentos, é preciso um pouco mais de atenção para não deixar passar detalhes importantes. Passa a impressão que cada detalhe citado tem uma razão de existir. Nada é gratuito!

 

Nos longos dez episódios da série – alguns deles com mais de uma hora – a tensão é crescente e as ações contribuem para a chegada do clímax. Temos que destacar aqui o trabalho feito por Mike Flanagan. O diretor utiliza de movimentos de câmera e enquadramentos pouco usuais, com isso, a sensação de imersão no ambiente e o clima de tensão dos personagens é ampliado. Aproveitamos ao máximo o que o roteiro quer passar. Minha única ressalva é que por dois episódios a narrativa parece perder um pouco o ritmo, mas logo se recupera e a séria ganha força novamente. Por fim, vale destacar o trabalho dos atores, nem mesmo as crianças comprometem o resultado final.

 

Nessa onda de produções de terror com amontoados de sustos e situações gratuitas, The Haunting of Hill House usa do drama, do terror e do suspense para nos fazer questionar os nossos próprios fantasmas. É uma bela surpresa no meio do caminho.

Qual é a nota, Luis?

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Quatro raiozim, indicando que, apesar de não ser uma obra perfeita, é topíssima. Aliás, o que é perfeito nesse mundo, não é mesmo?

Ficha Técnica

Bem vindo ao Tô cult!

© 2018 por Vitor Almeida.

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